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Quinta do Conde, Sesimbra, Setúbal, Portugal
Fundado em 5 de Outubro de 2000

FECHEI A PORTA À DESGRAÇA

Fechei a porta à desgraça
Que sofrer mais não podia
Entrou-me pela janela
Por uma fenda que lá havia


Quando deus me deu à luz
Por quem depois me deu o ser
Comecei logo a viver
Como eu nunca supus
Foi uma vida de cruz
Que a pouca sorte me amaça
Já não há nada que faça
Que me seja utilizado
Por me ver apoquentado
Fechei a porta à desgraça


Àh se chegava a ter
Um dia de felicidade
Porque até a esta idade
Tem sido sempre a sofrer
Nunca mais me chego a ver
Uma vez com alegria
A sorte não me alivia
E eu em nada faço vasa
Por isso fechei-me em casa
Que sofrer mais não podia


Estando mais animado
Com fé e alguma esperança
De esta minha lembrança
Me dar algum resultado
Depois de tudo encerrado
Por onde é que entra ela
Examinei com cautela
Mas não me valeu de nada
Eu tinha a porta bem fechada
Entrou-me pela janela


Assim que a vi fiquei eu
Sem palavras poder dar
Mas tenho-me que resignar
Com a sorte que deus me deu
Quem para a desgraça nasceu
Nunca dela se desvia
É a minha companhia
Que nunca mais me deixou
Mesmo com tudo fechado entrou
Por uma fenda que lá havia


António Canilhas

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