MESTRE LOPES

Quando chegou à Quinta do Conde encontrou dificuldades e sacrifícios. Foi um dos pioneiros na aventura de construir uma vida nova num local que não tinha quase nada. Não desistiu, acreditou, lutou, e um dia a sorte bateu-lhe à porta. O retrato de um homem carismático que gosta de ajudar e que faz da amizade uma forma de vida.

Nasceu próximo de Alcoutim, no interior do Algarve, há 59 anos, mas com pouco mais de 20, no dia 16 de Agosto de 1974, mudou-se “de armas e bagagens” para a Quinta do Conde. Quase quatro décadas depois, António Mestre Lopes, conhecido apenas por Mestre Lopes, está envolvido na organização de várias atividades na freguesia e é o principal mentor do convívio anual que junta os “pioneiros” da localidade, designação dada aos mais antigos moradores. Assume que optar pela Quinta do Conde foi um verdadeiro desafio: «fui caçador durante muito tempo e vim para aqui apenas com alguns haveres, incluindo a minha arma de caça, embora sabendo que, na altura, ia encontrar pouco mais do que terra e mato», recorda.

Mesmo assim, e apesar de ter melhores condições de vida em Almada, onde vivia, decidiu que a Quinta do Conde seria, se tudo corresse bem, a sua morada definitiva.

Nos primeiros tempos passou por muitos sacrifícios. «Trabalhava na Lisnave, juntamente com quatro amigos, também eles residentes na Quinta do Conde», explica. «Íamos e vínhamos juntos quando os turnos coincidiam. Por vezes isso não acontecia e tinha de fazer o caminho a pé sózinho, desde a Estrada Nacional 10 até casa», lembra.

Por vezes, o percurso era feito às duas e três da madrugada, pelo meio do mato, às escuras, e com alguns sustos, como chegou a acontecer. «O pior era nos dias de pagamento do ordenado», confessa. «Cheguei a transportar o dinheiro do salário nas peúgas, tal o medo que sentia».

Em casa esperavam-no diariamente outras dificuldades: «Não havia água canalizada como hoje e tínhamos de ir buscá-la em garrafões, por estradas de terra, porque não existiam vias pavimentadas», revela. «Nem sequer distribuição postal havia nos primeiros tempos».

Hoje, à distância de 37 anos, Mestre Lopes lembra estas e muitas outras dificuldades que teve de enfrentar juntamente com a família.

Mas um dia, a sorte bateu-lhe à porta. «Preenchi o boletim do totoloto a uma terça-feira e deixei-o no tabliê do carro até à sexta», conta. «O papel já estava amarelo do sol, porque já nem me lembrava dele, mas no final do dia lá o fui registar».

Mal sabia que essa decisão iria alterar-lhe a vida por completo, pois acabaria por acertar em seis números e no prémio máximo, quase 32 mil contos.

Foi dinheiro suficiente para abrir o primeiro ginásio com máquinas da Quinta do Conde,

que ainda hoje é um dos mais conhecidos na freguesia. A administrá-lo está a sua esposa.

«O que ela fizer está aprovado», afirma, numa prova de confiança inabalável. «O dinheiro deu-me também a possibilidade de cumprir o sonho de ajudar outras pessoas», refere, garantindo que o faz de alma e coração todos os dias, e não apenas na época natalícia. Desde que se reformou tornou-se ainda mais interventivo, tendo sido responsável pela organização de vários convívios, dos quais se destacam o Almoço dos Pioneiros, a iniciativa Amizades na Quinta ou o recente Festival do Caracol.

Comum a todos está a sua paixão pela gastronomia. «Considero-me um bom garfo e gosto de cozinhar, principalmente caça, embora o meu prato preferido seja caldeirada», confessa.

Em 2009 abraçou outro desafio: ser autarca na Junta de Freguesia da Quinta do Conde. À beira de completar 60 anos, António Mestre Lopes continua a demonstrar uma energia invejável e ideias não lhe faltam. Afinal, como diz o ditado, “quem corre por gosto não cansa”.

Fonte : Sesimbra Município

ISABEL PEREIRA

O sonho de infância era ser professora e depois de muita persistência conseguiu atingi-lo. Depois de 10 anos de ensino entrou no mundo do associativismo por convite de um amigo para liderar uma das mais dinâmicas associações do concelho de Sesimbra e da região, a MGBOOS, da Quinta do Conde.

EM 2009, depois de uma década dedicada ao ensino básico, a professora Isabel Pereira, 41 anos, aceitou um novo desafio: a liderança da MGBOOS - Associação Desportiva, Cultural e Social da Quinta do Conde. «Foi um convite aliciante e muito tentador porque era uma nova associação, mas abracei o projeto de alma e coração», revela. Com experiência de uma década de ensino básico, encontrou na MGBOOS uma forma de continuar um dos seus principais objetivos, formar crianças e jovens para que no futuro sejam cidadãos mais ativos, e, ao mesmo tempo, uma maneira de participar ativamente na vida do concelho.

«Faz parte da minha natureza, sou uma pessoa que gosta de intervir e de contribuir para o bem da comunidade», confessa. A dedicação e o empenho que coloca neste projeto, direcionado à camada jovem da freguesia da Quinta do Conde, foram reconhecidos pela Associação de Atletismo de Setúbal que, em dezembro de 2012, a distinguiu como Dirigente do Ano. Contudo, Isabel Pereira faz questão de realçar que «a distinção deve-se ao trabalho dos jovens atletas e pelos excelentes resultados que têm obtido no atletismo, hip hop e ginástica aeróbica desportiva».

Criada em setembro de 2009, a MGBOOS pretende sensibilizar crianças e jovens para a importância da prática desportiva na adoção de estilos de vida saudáveis.

Em quatro anos, a associação já conquistou diversos títulos, transformando-se numa referência nacional com prémios regionais e nacionais, quer individuais, quer coletivos.

«Estamos presentes em muitas competições e somos um exemplo para muitas outras coletividades desportivas e de lazer».

Crescer de forma gradual e sustentável é para Isabel Pereira a chave mestra de qualquer projeto. «Queremos uma associação assente em alicerces sólidos, por isso estamos a construir a nossa tijolo a tijolo e com os pés bem assentes no chão», garante.

Consciente de que nada se consegue sem trabalho e envolvimento pessoal Isabel revela que um dos objetivos a que se propôs, quando foi convidada por Eduardo Silva, conhecido entre todos por Eddy, foi alcançado. «Estou certa de que estamos a melhorar a qualidade de vida dos nossos jovens e a contribuir para um futuro mais íntegro da nossa sociedade, porque há um espírito de equipa e de união».

Tanto na escola, onde leciona, como na associação, garante ser sempre fiel a ela mesma, uma profissional que dá sempre o melhor de si. «Sou exigente com os outros mas também comigo e dou o meu melhor todos os dias, porque acredito nos jovens e nesta vontade de viver e vencer», diz, lembrando que também ela correu através de um sonho antigo. «Em criança queria ser professora mas só tornei o sonho em realidade quando decidi, aos 23 anos, candidatar-me à faculdade», conta. «Quando soube que tinha sido aceite no ensino superior larguei o emprego, num escritório de informática, e comecei um percurso dedicado ao ensino», adianta. «Esta é a minha vocação e jamais mudaria de área», revela. «Ao fim do dia sinto-me feliz e realizada, como profissional e ser humano». Esta sensação de satisfação pessoal é visível em cada espetáculo que os jovens da MGBOOS apresentam ou em cada prova que participam.

«Somos assim como uma grande família que cresce todos os dias e onde cada membro sabe que pode contar com o apoio dos outros», enaltece, com um sorriso rasgado nos lábios e com um brilho contagiante no olhar. «Emoções e sentimentos que só sente quem realmente vive com e para o outro e que veste a camisola por amor verdadeiro», termina.

Fonte: Sesimbra Município

CÁTIA VIEIRA

Cátia Filipa Vieira nasceu no dia 18 de Março de 1985, em Lisboa. Vive na Quinta do Conde desde 1994.

Dedica-se à dança desde os 11 anos de idade, tendo passado pelas modalidades de Funk , Ragga, Hip Hop e House.

Foi iniciada nestas actividades pelo professor Eduardo Silva. Conquistou os títulos de Campeã Nacional de juniores (Federação Nacional de Ginástica) e Vice-Campeã Ibérica (Madrid), integrando os grupos de dança Blackcloud e Anniluce Dancers. Actuou em muitas dezenas de espectáculos e saraus em vários locais do país, sendo de destacar a sua participação na performance da Nelly Furtado (Final do Euro 2004). Fez parte dos grupos de dança Evolution e Fusion.

Em 2005 iniciou a sua actividade como professora de dança e coreógrafa, em parceria com Eduardo Silva, no Centro Comunitário da Quinta do Conde, sendo responsável pelo núcleo Mg Boos desta instituição. Mais tarde individualmente, criou os grupos Flow In e Kteam instalados no Grupo Desportivo e Cultural do Conde 2, local onde dá aulas actualmente. Tem participado em vários eventos locais com estes dois grupos. Vem enriquecendo a sua formação na área da dança em Workshops orientados por presenters credenciados internacionalmente (Tony Stone, Madonna Grimmes, Milo Levell, Dante Harper, Tabitha A. D'umo, Laure Courtellemont, Edson Guiu, Brian Footwork Green, Sebastien Boucher e Brooklyn Terry (na Suiça).

Orientou Workshops em House Dance e deu aulas em Convenções Nacionais.

É também professora na Escola de Dança NEXT, situada no concelho de Almada.

Terminou a licenciatura em Turismo no ano de 2009 (Universidade Lusófona), embora ainda não trabalhe nesta área.

São jovens como a Cátia, cheios de força e vontade de vencer, não dando o corpo à preguiça, que nos faz ter esperança no futuro.

FORÇA CÁTIA, VAI EM FRENTE

Obrigado por tudo.

LILIANA SANTOS

Liliana Costa dos Santos é natural da Freguesia de S. Jorge de Arroios, Lisboa, nasceu a 5 de Agosto de 1988.

Em 1999 iniciou-se nas Lutas no Grupo Desportivo e Cultural do Conde 2 onde permaneceu até 2007 tendo transitado, nesse ano, para o Clube de Lutas do Bastos onde permanece.

É uma atleta com dedicação, devoção, determinação, disciplina, humildade, espírito de sacrifício, garra, paixão e persistência o que a leva a conseguir vitórias atrás de vitórias.

Em 2009, ganhou tudo o que havia para ganhar, Campeonato Regional, Campeonato Nacional e o Ranking Nacional, entre outros.

Foi nomeada por votos, como a “Melhor Wrestler de todos os tempos”, pelo Blog Mundo da Luta Olímpica.

Vive intensamente cada dia sonhando com uma medalha europeia ou mundial e porque não a participação nos próximos Jogos Olímpicos.

JESUINO RODRIGUES

Jesuino da Costa Rodrigues nasceu em Saboia, concelho de Odemira, em 1949 e veio para a Quinta do Conde em 1975 sendo por isso um dos pioneiros que desde logo se tornou num dos mais activos elementos do movimento associativo quintacondense.

Homem de grande espírito participativo sempre pronto a ajudar o seu semelhante fez parte das primeiras comissões de moradores onde trabalhou activamente organizando, no final dos anos 70, festas do dia Mundial da Criança dando apoio às escolas.

Foi convidado para a Direção da A.D.Q.C. (Associação para o Desenvolvimento da Quinta do Conde) onde participou activamente durante 15 anos na realização de festas e outros eventos, ajudou também a criar as primeiras equipas de futebol e o Rancho Folclórico da A.D.Q.C. do qual também faziam parte a sua esposa e os filhos.

É militante do P.C.P. e funcionário da Câmara Municipal de Sesimbra e tem a esperança de ver os problemas urbanísticos da Quinta do Conde totalmente resolvidos, saneamento, asfaltamento etc.. Na área da saúde, que a questão do Centro de Saúde se resolva e que fique concluido brevemente para bem de todos os quintacondenses, e por último que fosse criado um lar de idosos público pois a nossa população está a ficar idosa daí ser um bem necessário.

Jesuino Rodrigues, assim como tantos outros pioneiros da Quinta do Conde, são daquelas pessoas que fazem com que as coisas não parem trabalhando activamente sem pedir nada em troca. Assim com eles nasceu a Quinta do Conde.