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Quinta do Conde, Sesimbra, Setúbal, Portugal
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POEMA


Para matar pedaços do passado

Minha velha Sesimbra percorri

Cansei de a visitar por todo o lado

Mas, porém, do passado nada vi.

O morro do Caneiro, como cresceu,

Como o tempo e progresso o transformou!

Somente o mar azul da cor do céu,

Ali, posso afirmar, nada mudou.

A baía sem barcos, que tristeza!

Como estava despido o velho mar,

Até julguei ouvir a Fortaleza

Roída de saudades, a chorar

Fui visitar o Pátio das Cantigas,

E o largo de Bombaldes: que diferente.

Nas ruas, turbilhão de raparigas,

Multidão agitada, indiferente.

Sesimbra, a bela vila onde vivi,

Como mudas e cresces dia a dia:

Outras gentes tomaram conta de ti

E mataram teu encanto e poesia.


Poema escrito por Mário Regalado, num dia de regresso a uma Sesimbra já diferente daquela onde vivera, oferecido a Júlio Silva, e que este, com a sua prodigiosa memória, declama com mal contida emoção.

Pátio das Cantigas: ficava na rua de Alfenim (31 de Janeiro)

HINO DO GRUPO MUSICAL "ECOS"

OUVIR OS "ECOS"


                  NESTE CANTINHO QUEM DIRIA
                  TRISTEZAS HÁ JÁ AVONDE
                  MAS DÃO OS "ECOS" ALEGRIA
                  À NOSSA QUINTA DO CONDE


                  SE O NOSSO CANTAR ECOA
                  LEVANDO A NOSSA CULTURA
                  QUANDO AO OUVIDO BEM SOA
                  NA SUA FORMA MAIS PURA


REFRÃO
                  NO TIMBRE DA NOSSA VOZ
                  VOAM ECOS DE SAUDADE
                  QUE MORAM DENTRO DE NÓS
                  DESDE A NOSSA MOCIDADE
                  NOSSO GRUPO É A MAGIA
                  DO CANTAR DA NOSSA GENTE
                  TRANSMITINDO ESSA ALEGRIA
                  DUM PASSADO INDA PRESENTE


                  À FORÇA DE ACREDITAR
                  JUNTÁMOS O NOSSO CRER
                  COM MOTIVOS P´RA SONHAR
                  DESSES QUE FAZEM VIVER


                  ESTAR CONVOSCO, É UMA FESTA
                  PELA PAZ DE QUEM VÓS SOIS
                  NESTA CASA SEMPRE HONESTA
                  O CLUBE DO CONDE DOIS!...


LETRA DO NOSSO GRANDE AMIGO FRANCISCO GUERREIRO, NATURAL DE VALE DE SANTIAGO, ODEMIRA, QUE RESIDE NA QUINTA DO CONDE DESDE 1988 E QUE O GRUPO MUSICAL "ECOS" ESCOLHEU COMO O SEU HINO.
AO AMIGO FRANCISCO UM MUITO OBRIGADO.
ALENTEJO É POESIA

                  AI QUE CHEIRO A POESIA
                  QUE NÃO ME DEIXA INDIFERENTE
                  QUEBRANTOS DE NOSTALGIA
                  DOS CANTES DA NOSSA GENTE
                  Ó SONHOS DA MINHA INFÂNCIA
                  TANTOS QUE EU POR LÁ DEIXEI
                  PERFUMADOS NA FRAGÂNCIA
                  DA TERRA QUE MAIS AMEI!..
REFRÃO
                  É BOM TER AMIGOS
                  P´RA CANTAR COMIGO
                  AO MEU ALENTEJO
                  DO TRIGO DOURADO
                  EM PÃO AMASSADO
                  CRESCENDO EM DESEJO
                  EM PÃO AMASSADO
                  QUE EXALTA O SABOR
                  NUM CORPO SUADO
                  SENTIR TEU CALOR
                  NA CAMA DO PRADO
                  NUM CAMPO EM FLOR
                  E POR TI ABRAÇADO
                  FELIZ ENCANTADO
                  BEIJANDO-TE, AMOR!...


                  ADEUS PIÃO, ADEUS NINHOS
                  ADEUS LARGOS HORIZONTES
                  ADEUS SEDE DE CARINHOS
                  DA ÁGUA VIVA DAS FONTES
                  SOSSEGO NAS MANHÃS CALMAS
                  NA CHOUPANA DO PASTOR
                  QUAL DOCE CANTAR ÀS ALMAS
                  NA AURA DE UM CANTADOR!...


FRANCISCO GUERREIRO

FECHEI A PORTA À DESGRAÇA

Fechei a porta à desgraça
Que sofrer mais não podia
Entrou-me pela janela
Por uma fenda que lá havia


Quando deus me deu à luz
Por quem depois me deu o ser
Comecei logo a viver
Como eu nunca supus
Foi uma vida de cruz
Que a pouca sorte me amaça
Já não há nada que faça
Que me seja utilizado
Por me ver apoquentado
Fechei a porta à desgraça


Àh se chegava a ter
Um dia de felicidade
Porque até a esta idade
Tem sido sempre a sofrer
Nunca mais me chego a ver
Uma vez com alegria
A sorte não me alivia
E eu em nada faço vasa
Por isso fechei-me em casa
Que sofrer mais não podia


Estando mais animado
Com fé e alguma esperança
De esta minha lembrança
Me dar algum resultado
Depois de tudo encerrado
Por onde é que entra ela
Examinei com cautela
Mas não me valeu de nada
Eu tinha a porta bem fechada
Entrou-me pela janela


Assim que a vi fiquei eu
Sem palavras poder dar
Mas tenho-me que resignar
Com a sorte que deus me deu
Quem para a desgraça nasceu
Nunca dela se desvia
É a minha companhia
Que nunca mais me deixou
Mesmo com tudo fechado entrou
Por uma fenda que lá havia


António Canilhas