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Quinta do Conde, Sesimbra, Setúbal, Portugal
Fundado em 5 de Outubro de 2000

POEMA


Para matar pedaços do passado

Minha velha Sesimbra percorri

Cansei de a visitar por todo o lado

Mas, porém, do passado nada vi.

O morro do Caneiro, como cresceu,

Como o tempo e progresso o transformou!

Somente o mar azul da cor do céu,

Ali, posso afirmar, nada mudou.

A baía sem barcos, que tristeza!

Como estava despido o velho mar,

Até julguei ouvir a Fortaleza

Roída de saudades, a chorar

Fui visitar o Pátio das Cantigas,

E o largo de Bombaldes: que diferente.

Nas ruas, turbilhão de raparigas,

Multidão agitada, indiferente.

Sesimbra, a bela vila onde vivi,

Como mudas e cresces dia a dia:

Outras gentes tomaram conta de ti

E mataram teu encanto e poesia.


Poema escrito por Mário Regalado, num dia de regresso a uma Sesimbra já diferente daquela onde vivera, oferecido a Júlio Silva, e que este, com a sua prodigiosa memória, declama com mal contida emoção.

Pátio das Cantigas: ficava na rua de Alfenim (31 de Janeiro)

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